Vai ao longe o tempo quando boas notícias eram capas de revista ou então manchetes principais. Hoje a "moda " é ser sensacionalista para explorar a violência e os problemas principais. Vendendo bem é o que interessa.
Até aí, nada muito novo, pois grande parte dessa mídia vive de faturamento comercial e parece que muitos anunciantes gostam de aparecer ligados a notícias ruins, esquecendo-se de que as bos notícias são mais positivas e deixam o leitor sempre mais animado e podem incentivá-lo a associar um produto ou marca a uma boa notícia.
Paralelamente ao foco das notícias sobre violência aparecem as ações das polícias na repressão. Antigamente a polícia era rapidamente associada a uma boa referência, a segurança e a tranquilidade. Hoje em dia isso lentamente está perdendo a sua força. Qual o motivo? Diversos. Primeiro vamos deixar bem claro: não existe generalização sobre a atitude nem das polícias nem dos cidadãos.
Eu acredito que como todo trabalho bem executado, o fato de ser policial deve ser uma vocação seguida de intenso treinamento material e psicológico.Para uma boa carreira, um policial não deve pensar em enriquecer com a sua prerrogativa de ser representante da lei. O que deve ser levado em conta é que um bom policial, bem motivado, treinado e valorizado com certeza desempenhará suas funções de forma muito mais profissional evitando desvios de conduta que possam encaminhá-lo na corrupção. Valorização técnica, humana e financeira certamente produzirão ótimos policiais.
Por vezes se ouve e se verificam atitudes não condizentes executadas por policiais.Por qual motivo isso acontece? Com certeza isso acaba por minar a confiança que outrora tínhamos das polícias. Poucos corruptos acabam por contaminar toda uma instituição fazendo com que a população não saiba mais em quem confiar. Com isso bom exemplos de honestidade e zelo acabam suplantados pelos maus exemplos, novamente produzindo a inversão de valores quando a polícia não mais é vista com bons olhos, mas sim com desconfiança. Recuperar o bom nome sempre é mais difícil do que manter a idoneidade e correção. Na minha opinião, a polícia continua sendo a referência de segurança e não a bandidagem. Se deixarmos o crime tomar conta logo nada mais terá valor e como já agora as vidas humanas pouco valem para o crime.
Nos tempos atuais a grande quantidade de leis e a sua má elaboração acabam por prejudicar e confundir a todos. A inversão de valores já chegou ao ponto de culparmos um policial no cumprimento do dever, quando do uso de meios legais acaba por ferir ou atingir mortalmente um criminoso em flagrante delito. Não cabe aqui entrarmos no mérito da questão sobre o uso de força indevida, mas lembro bem nos tempos passados quando o bandido tinha medo da polícia e isso inibia a criminalidade em geral. Hoje em dia a criminalidade conta com aparato tecnológico e jurídico muitas vezes superior a quem zela pela lei e pela ordem. Antigamente era motivo de orgulho ser e demonstrar ser policial, hoje a polícia se esconde com medo de represálias e vinganças de infratores das piores espécies. Antigamente os meninos quando brincavam de Polícia e Ladrão (brincadeira infantil), quase todos queriam ser policia. Hoje com a inversão de valores, muitos querem ser traficantes e chefes de quadrilha.
Por que aconteceu isso na nossa sociedade? Vivemos numa sociedade consumista e que lentamente perde seus valores familiares e morais. As crianças na sua mais tenra idade são ensinadas a terem direitos ilimitados, mas se esquece de ensinar a eles os valores mais básicos como respeito, honestidade e caráter. Temos uma sociedade permissiva e rica que tem tudo que o dinheiro possa comprar, menos a honra e honestidade.
Poucos cidadãos brasileiros gostam do seu país e tampouco algo fazem para que ele seja um bom lugar para viver. Pensa-se apenas em ter um bom padrão de vida e enriquecer e esquecemos de sermos seres humanos, patriotas e uma comunidade que coletivamente algo de bom faz pelo seu país.
A inversão de valores éticos e humanos é culpa nossa! Os maus exemplos estão por toda parte, desde o mais alto escalão dos governos e empresas até a mais pobre favela incrustada em algum lugar por aí.
Segurança pública não depende de centenas ou milhares de policiais. Depende do cidadão respeitar e cuidar do seu semelhante e pensar num bem comum que beneficie a todos indistintamente. Enquanto pensarmos apenas em TER, vamos esquecer de que ainda somos todos apenas seres humanos. Luxo, conforto e dinheiro não nos trará segurança, mas sim cada vez mais atrairá olhares de cobiça de malfeitores que por serem preguiçosos e inúteis querem possuir o mesmo que outros sem merecerem.
Valorizar quem se esforça é o caminho chamado meritocracia. Ruim é desvalorizar que se esforça e não é reconhecido, abrindo caminho para o perigoso rumo da corrupção.
Ser correto e respeitar a todos indistintamente é um bom recomeço para toda nossa sociedade falida!
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